A ARTE DE PROVOCAR O SOFRIMENTO
BOAVISTA FC 2 – SC VILA VERDE 1
Intervalo 0-0
Jogo no Pavilhão do GD do Viso
Árbitros: José Ramos e António Teixeira da A. F. Viana do Castelo
Constituição das equipas:
BOAVISTA FC
ALEX, FERREIRA, LIBÓRIO, ROGÉRIO e RAMADA
Jogaram ainda:
KUKES, EDIVALDO e TEIXEIRA
SC VILA VERDE
MOITA, MAJÓ, MIGUELITO, DAVI e PP
Jogaram ainda:
DURA, CHEFE e VASCO
DISCIPLINA:
Amarelos:
BOAVISTA
Edivaldo (17), Ramada (26, Ferreira (36) e Libório (39)
VILA VERDE
Chefe (16), Majó (19) e Miguelito (25)
MARCADORES:
1-0 Ferreira (24) 1-1 Majó (25) e Rogério (34)
Comentário:
Qualquer jogo pode ser visto por dois prismas. O dos técnicos, que analisarão essencialmente o desenrolar táctico e pormenorizado do jogo, tudo tentando, para o vencer. Por sua vez os espectadores, têm outro prisma de análise ao jogo. Estes pretendem emoção, oportunidades, enfim numa palavra…espectáculo!
O nosso comentário é feito para os últimos e por isso mesmo, teremos que o analisar pelos “seus” olhos. Não foi por isso; um bom jogo de futsal.
Os técnicos apostara em transforma-lo quase num jogo de “póquer”, em que na maioria do tempo se limitaram a “ver” o jogo do adversário, ao invés de apostar na vitória.
Quase tacitamente, resolverem provocar o sofrimento de um público que encheu por completo o pavilhão do Viso. Que melhor forma de o fazer, que simplesmente passar a decisão da contenda para os últimos doze minutos, eliminando os restantes minutos regulamentares? Nesse aspecto foram perfeitos.
Daí resultou a eliminação do primeiro tempo de jogo.
Neste período o Vila Verde, apresentou-se com uma postura defensiva (já esperada) e tentando conseguir espaços para o contra ataque. Nada mais fez que isto. O Boavista, por seu lado, resolveu controlar esta situação não permitindo espaços e controlando (mas somente isso) o jogo.
Ao intervalo, ficava para os espectadores uma certeza. A segunda parte, teria que ser forçosamente superior.
Os primeiros minutos demonstravam que os “jogadores do póquer” pouco mudavam na sua ideia de jogar e o que equivale em dizer, que pouco mudou no jogo, tornando-o monótono e quase anestesiante para o público.
Até que… Ricardo Ferreira conduzia a bola e em vez de efectuar mais um passe (como habitualmente) resolveu apostar num remate que fazendo o esférico, bater na barra e ressaltar para o interior da baliza Sintrense. Foi tal a surpresa do lance, que os espectadores quase não festejaram o golo.
Finalmente o jogo começava!
No minuto seguinte, Majó que conduzia todo o jogo do Vila Verde, conseguia um espaço e num remate violento quase de meio campo, enfiava a bola no ângulo da baliza Boavisteira, empatando o jogo.
Finalmente, a emoção apareceu as duas equipas lançaram-se a procurar a vitória dando a ideia que, quem marcasse o segundo golo, venceria o encontro. O tempo ia passando e os Boavisteiros sentiam que se encurtava a hipótese de vitória.
Aparecia o sofrimento, tanto provocado!
Num jogo de surpresas, Rogério “foi ao jogo” num lance de puro “bluff”! Arrancou do seu meio terreno e sem passar a ninguém descaído pela esquerda, optou por um remate que surpreendeu tudo e todos, alcançando a vantagem.
Jogando desde os trinta minutos, com cinco faltas, o Boavista apostou na posse de bola, provocando o Vila Verde. Edivaldo e Ferreira estavam nas suas “quintas” pois senhores de um poder de guardar a bola, passaram a ser os pilares do controle do jogo.
Agora era o tudo por tudo dos Sintrenses e o sofrimento dos Boavisteiros… até que o jogo terminou!
Vitória indiscutível do Boavista, mas deixando a questão no ar. Era preciso sofrer tanto? Porque não foi ao jogo mais cedo?
O Boavista subiu ao décimo lugar e está a um ponto do oitavo!
A arbitragem não aproveitou um jogo facílimo de dirigir. Mesmo aceitando as cinco faltas marcadas ao Boavista ( o que nos deixa algumas dúvidas) porque não usaram o mesmo critério para o Vila Verde, ficando pelo menos três por marcar, tudo isto no segundo tempo. Faltas a menos e cartão a mais, pois Ferreira viu a cartolina por discutir um lance que ninguém teve dúvidas no pavilhão… foi “atropelado” por um adversário, só os árbitros não viram!
Esta dupla continua infeliz, nos jogos do Boavista! Será algum complexo?
Comentário de:
Hugo Monteiro
O MINUTO DO JOGO
Minuto 34
Estava o jogo a entrar na sua fase decisiva e com o marcador empatado, quando Rogério conduziu sozinho a bola pela esquerda do seu ataque e surpreendentemente rematou á baliza do Vila Verde. Fazendo o golo que viria a dar a vitória do Boavista.
FIGURA DO JOGO
ROGÉRIO GEITOEIRA
Está outro jogador! Mais calmo e equilibrado passou a ser uma certeza para Rui Pereira, pois deixou o seu feitio difícil, passou a ser um jogador frio e tacticamente correcto.
Ontem, quando a equipa precisava de calma e controle do jogo, Rogério foi um pêndulo!
Quem diria, isso há meses atrás?