- Anteriormente estávamos duas pessoas que dividíamos isto em dois turnos. Um das dezassete às vinte e eu, com mais disponibilidade, fazia das vinte às vinte e quatro. Entretanto, com estes problemas que foram surgindo e com as dificuldades económicas do Clube, as coisas entraram por um caminho em que acabei por ficar sozinho.

- Assim continuou como único enfermeiro?
- Sim, eu já estou habituado a ficar com a ressaca, o que eu tenho vindo a fazer isto sozinho quase desde o inicio do ano.

-Já conhece as novas instalações?
-O problema lá será o mesmo que o daqui, que é a falta de luz natural. Aliás quem desenhou este estádio não se debruçou sobre esse ponto. No mais, o espaço é muito maior e por isso teremos mais condições. Vamos ter espaço para um gabinete médico, outro onde possamos fazer fisioterapia, vamos ter duas máquinas de musculação para recuperação física e iremos ter uma antecâmara de espera em que ninguém violará o espaço de tratamento.

- Nova Direcção de entrada, acredita que as coisas vão melhorar?
- Eu quando cheguei aqui em 1983, foi porque o Dr. Acácio Lello achou que deveria vir para cá uma pessoa com as minhas capacidades e foi ele que me obrigou a voltar porque era minha ideia nunca mais voltar a este serviço. Mas a vontade dele foi tal que me foi buscar ao Hospital de S. António e os primeiros escudos que aqui ganhei foi ele que mos deu, do seu dinheiro. Posteriormente, o Major quis que eu ficasse a pertencer aos quadros do Boavista e por isso estou cá desde oitenta e três. Já tive altos e baixos mas nestes vinte e quatro anos nunca fui um homem de virar as costas . Mesmo estando com alguns meses por receber, tenho a esperança que o Boavista vai dar a volta por cima.

- Sente-se um dos pilares do Boavista?
- Se tivesse feito como outros fizeram o Boavista estaria agora com mais dificuldades, mas como diz o ditado, por morrer uma andorinha não acabam as primaveras, apostei em continuar. Sempre fui um lutador e tenho sempre esperança que amanhã o dia seja melhor que o de hoje. Sinto que há pessoas no Clube com interesse que as coisas se resolvam.

-O homem do futsal traz mais problemas , ou também os ajuda a resolver?
- Com quem lido é com o Carlos Alberto. Colaboramos bem os dois mas às vezes não lhe posso dar tudo o que ele quer , porque também não tenho um armazém muito farto, mas entendemo-nos bem e temos uma grande afinidade.

- E com o Dr Pinto de Sousa?
- Não podia ser melhor! Basta dizer-lhe que ele é médico da selecção de hóquei em campo e há coisa de três anos, sentiu necessidade de ter uma pessoa que desempenhasse as funções que tenho aqui, para libertar um pouco as suas costas e olhe, desde essa altura, temos estado a trabalhar juntos também no hóquei.