< Blog dos Séniores do Futsal do Boavista FC: CARLOS MENDES NA PRIMEIRA PESSOA

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CARLOS MENDES NA PRIMEIRA PESSOA


Existem atletas cuja carreira se confunde com a história dos clubes a que pertencem. Uns porque nunca vestiram outra camisola, outros porque nasceram e cresceram com o próprio clube.

Carlos Mendes, pertence ao último grupo, com a “agravante” de quando sentiu o seu Boavista correr risco de desaparecimento, deixou o seu amor ao clube falar mais alto e regressou (como jogador) à modalidade.

- Há quantas épocas jogas no Boavista?
- Com esta são dezassete! Eu sou do inicio do futsal no Boavista. Jogamos duas épocas com o nome de Panteras Negras/sapatarias Teresinha e graças às grandes campanhas que realizamos, a Direcção decidiu anexar o futsal ao Clube.

- Na última época anunciaste o abandono da modalidade como praticante, mas passado algum tempo apreces no Boavista. Vamos dissecar um pouco essa questão?
- Na época passada resolvi colocar um final da minha carreira, talvez porque, não sentisse que estava a trabalhar nas mesmas condições a que estava habituado.

- Mas era um problema pessoal, ou de estrutura?
- Eu sempre estive habituado a uma forma de treinar no Boavista, que exigia muito. Posteriormente estive em dois/três clubes em que as condições apresentadas não eram as mesmas a que me habituei durante muito tempo e essa diferença resultava em alguma insatisfação pessoal, que me levou a decidir abandonar.

- Abandono pacífico?
- Nem por isso! O clube em que estava (Barranha SC) insistiu em que continuasse como jogador, mas ao verificarem que a minha posição era irredutível, convidaram-me para tomar conta da equipa na condição de técnico.

- Aí nasceu o Carlos/treinador…
- Sim, foi feito um projecto para a época que eu abracei com a mesma convicção de sempre. No entanto, quando em Junho o Boavista decidiu que ia continuar com o Futsal, foi abordado pelo António Morais para jogar no clube. Recusei pois tinha-me comprometido com o Barranha e nunca voltaria a trás, mesmo pelo meu Boavista.

- Então o que aconteceu para repensares a posição?
- A nível de apoios de Direcção e da qualidade de pessoas com quem trabalhos, tenho uma palavra para os definir – excelentes! Mas voltei a sentir que estava habituado as outras condições para treinar e decidimos pela minha saída.

- E… aparece o Boavista.
- Veio a noticia na net e o António Morais contactou-me para me convidar, foi uma conversa de cinco minutos e… ao meu Boavista e a ser jogador!

- Voltaste atrás por ser o Boavista?
- Sem sombra de dúvida! Com todo o respeito que tenho por todos os clubes, só voltariam a jogar pelo Boavista!

- Alguma razão especial para além desse teu amor?
- Sim. Devido á situação que o clube está, devido a ter descido de divisão e da indefinição que existia da continuação ou não do futsal, senti que era necessário aparecerem que pessoas que gostem disto, que ajudem a transmitir a mística deste Clube, apreendida durante tantos anos que cá vivemos sentindo o peso desta camisola.

- Nota-se um sentimento que ultrapassa o de um simples jogador…
- Estive toda a minha vida ligada a este Clube, consegui aqui muitas alegrias conseguimos muitas coisas e eu estive ligado a todas elas. Tirando estes três anos que estive fora, joguei sempre no Boavista e assim só podia regressar para jogar no Boavista, pois de outra forma não voltaria a jogar.

- Os objectivos determinados inicialmente pela direcção era a manutenção, mas com a contratação de alguns elementos a realidade pode ser outra?
- Apesar de ser uma equipa super-jovem, tem dois jogadores com mais de trinta anos e com um mais próximo disso e depois tudo por volta dos vinte anos, é uma equipa muito jovem, mas que considero muito equilibrada, mas acima de tudo com muita qualidade, temos jovens com muito valor.

- Prontos a contrariar a direcção?
- O decorrer do campeonato é que vai dizer! O trabalho que está a ser feito é muito bom e é feito por pessoas capazes e empenhadas. Com a ajuda de todos, com a mística que nós - os mais experientes - tentaremos transmitir e com o valor que temos, penso que podemos ser uma das equipas a lutar pela subida.

- Acreditas mesmo nisso?
- Sem dúvida! Penso que no inicio não seria esse o pensamento dos Boavisteiros, mas com a entrada dos jogadores novos – pois do ano anterior poucos ficaram – o plantel ficou forte, agora é preciso desse conjunto fazer uma equipa. E isso só com o tempo e com a dedicação de todos. Depois, se os resultados começarem a aparecer (e eles são fundamentais) com o valor que temos seremos candidatos à subida.

- Homem da modalidade desde o seu início, como vez a vida do Boavista na primeira divisão nesta realidade?
- É uma realidade muito complicada, tendo em conta a actual situação do Boavista futebol Clube, mas é uma realidade para a qual temos que estar preparados e que irá passar por um grande trabalho dos dirigentes do futsal, procurando apoios para criar uma estabilização no primeiro escalão que cada vez é mais selectiva e exigente.

- Como te sentes, após vinte anos de carreira, voltar a treinar às dez e meia da noite?
- Nos últimos já estava a adoptado a estes horários e a motivação de estar de novo no Boavista, de sentir esta pressão de ajudar a transmitir esta mística aos jovens, dá-me forças para superar todas dificuldades. As forças fazem-nos vir para os treinos com um sorriso nos lábios.

- Chamam-te o grande capitão, assumes a responsabilidade de comandar este grupo na tentativa do regresso ao primeiro escalão?
- Eu assumo completamente que comando um grupo ambicioso cujo objectivo é indiscutivelmente a subida de divisão!

- Mesmo que o Morais não goste de ouvir isso?
- Ninguém joga para perder! Eu acredito no valor dos que cá estão e - acreditando como acredito – confio plenamente que podemos conseguir atingir a promoção e foi para isso que eu voltei ao Boavista. Estou aqui para subir!

- Como analisas as primeiras jornadas?
- Penso que podíamos -digo melhor – deveríamos ter mais alguns pontos. Talvez a inexperiência da equipa em momentos cruciais dos jogos nos tenha atraiçoado, temos que superar rapidamente essa questão, para não hipotecar-mos as nossas pretensões.

- Essa experiência vai ser superada?
- É como digo com o decorrer da época, vamos crescer. Nós estamos a construir uma equipa vieram jogadores de muitos lados, outros muito jovens e custará um pouco a equipa a jogar como os técnicos idealizam a minha experiencia diz-me isso, mas diz-me também que vamos formar uma equipa muito forte.

- Este Boavista é uma equipa diferente?
- Sem dúvida! Somos uma equipa alicerçada em Boavisteiros que amam o seu clube e sente que podem fazer mais que o apoiar nas bancadas, trabalhamos com prazer e com o amor que devemos a esta camisola, o que nos vai transformar numa equipa claramente diferente das outras.
Não somos do Boavista… é o Boavista!

Decidido e convicto, Carlos Mendes regressou para dar força a uma amor a quem ajudou a dar vida!
O futsal do Boavista Futebol Clube