< Blog dos Séniores do Futsal do Boavista FC: MÁRIO RODRIGUES EM GRANDE ENTREVISTA

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MÁRIO RODRIGUES EM GRANDE ENTREVISTA

TEMOS UMA CONFIANÇA ILIMITADA NO PLANTEL

Mário Rodrigues, actualmente treinador dos guarda-redes do boavisteira, é mais um boavisteiro a trabalhar no plantel sénior.

Como atleta foi guarda redes do Boavista. Durante quantas épocas?
Joguei no Boavista duas épocas, divididas em duas fases distintas da minha carreira desportiva.
Depois de ter saído do Clube, em que outros clubes jogou?
Comecei a jogar no Grupo Desportivo e Coral de Fânzeres, que na época jogava na 1ª Divisão de Futsal, em seguida fui jogar para a Universidade Lusíada (1ª Divisão), depois joguei a primeira vez no Boavista Futebol Clube, regressei à Universidade Lusíada (entretanto tinha descido à 2ª Divisão) e subimos à 1ª Divisão.
Durante a época seguinte na 1ª Divisão deu-se a fusão com a Fundação Jorge Antunes, na época seguinte continuei ao serviço da Fundação, entretanto regressei ao Boavista Futebol Clube e na época seguinte fui para o Miramar. Por ter começado a trabalhar e não tinha hipóteses de continuar e fiz meia época no Amanhã da Criança (2ª Divisão).
Na época seguinte ingressei no Rio Ave Futebol Clube (2ª Divisão) e conseguimos subir à 1ª Divisão. Continuei na época seguinte ao serviço do Rio Ave na 1ª Divisão e depois ingressei no Gondomar Futsal Clube (2ª Divisão). Na época seguinte regressei ao Rio Ave (2ª Divisão) e continuei lá mais um ano, que se revelou o meu último ano como atleta de Futsal.
Porque se decidiu por passar a treinador de guarda-redes?
No meu último ano, como atleta, comecei a sentir algum cansaço psicológico em relação aos treinos e ao stress competitivo dos jogos e, como sempre pensei que se deve ir treinar e jogar com a dedicação e vontade máxima, comecei a ambientar-me à ideia de abandonar a carreira como jogador. O facto de começar a sentir algumas dores nos joelhos após os treinos e os jogos, também pesaram na decisão.
Por fim, e talvez o factor mais decisivo, tenha sido o facto de saber que irei ser pai pela primeira vez em Dezembro próximo. Como gostaria de continuar ligado à modalidade pensei logo em ser treinador de guarda-redes, dado que este tipo de treino específico não abunda e, de alguma maneira, poderei contribuir com alguma experiência ganha nestes anos como atleta, para tentar melhorar alguns aspectos dos guarda-redes que treino.
Aliada a esta vertente práctica, é sempre bom, e já vinha a fazer isso à algum tempo, pesquisar e estudar alguma componente teórica de treino especializado de guarda-redes de futsal.
Como se processou este regresso a casa?
Este meu regresso ao Boavista aconteceu porque, além de sempre ter tido uma relação muito boa com o corpo dirigente do clube, tenho uma relação de amizade muito forte com o Faria (com quem joguei no Boavista) e com o Berto (foi treinador-adjunto quando eu jogava no Boavista). Quando lhes falei nesta minha intenção de ser treinador de guarda-redes perguntaram-me logo se queria iniciar essa nova carreira desportiva com eles no clube. Obviamente disse que sim, não só pelas razões descritas anteriormente, mas também pelo facto de o Boavista ser um clube formador e isso permitir-me desenvolver as capacidades de atletas jovens, que é sempre uma tarefa gratificante.
Voltando um pouco atrás. Você tinha um estilo na baliza que agora é muito usado. Sente que estava avançado no seu tempo ou era simples instinto?
Tenho que dizer sinceramente que era instinto, dado que no meu tempo pouco trabalho específico de baliza havia e, por isso, cada guarda-redes usava técnicas diferentes e depois acho que cada um de nós acabava por copiar aquelas que melhor resultado davam.
Começou também a haver alguma influência da técnica utilizada pelos guarda-redes brasileiros visto que nessa altura começou a dar num canal a cabo algumas tranmissões de jogos da liga de futsal brasileira e, como é obvio, nós, os guarda-redes da altura, tentávamos "imitá-los" em alguns aspectos técnicos.
Falando do plantel. Com quantos guarda-redes trabalha no Boavista?
Nesta altura estou a trabalhar com três guarda-redes, sendo que dois deles ainda são juniores. São eles: "Buffon", Bráulio e Hugo.
Como os analisa individualmente?
Não gosto muito de fazer esse tipo de avaliação dos guarda-redes, apenas gostaria de dizer que o "Buffon" já é um guarda-redes experiente que trabalha muito e bem no treino específico que temos vindo a fazer e que os outros dois guarda-redes, o Bráulio e o Hugo, são dois jovens atletas com excelentes capacidades e com muita vontade de aprender para que um um dia mais tarde, espero eu, possam estar a um grande nível no futsal nacional.
A equipa técnica do Boavista é toda rigorosamente constituída por Boavisteiros. Sendo um caso raro, acha isso importante? E porquê?
É um aspecto importante mas, acho eu, não determinante. Isto porque, por exemplo em relação à actual equipa técnica do Boavista, tenho a certeza de que se estivessem a trabalhar em outro clube trabalhariam com a mesma vontade e determinação com que trabalham no Boavista.
Para mim continuo a achar que o que define um bom trabalho é a competência e "profissionalismo" durante o dia-a-dia. No entanto, em relação ao caso particular do Boavista, acredito que nas circunstâncias conhecidas de maiores dificuldades do clube tem sido muito importante ter homens da "casa" que sentem o clube de uma maneira muito especial e, por isso mesmo, conseguem transmitir aos jogadores que jogar pelo Boavista é "diferente".
Que objectivos para esta época, para a equipa?
Muito sinceramente, quem conhece minimamente a segunda divisão nacional sabe que é arriscado delinear qualquer tipo de objectivo. Isto porque é uma divisão cada vez mais competitiva, as equipas estão cada vez mais melhor preparadas e os plantéis são cada vez melhores e mais equilibrados. Por isso mesmo vamos trabalhando, vamos jogando e, mediante o desenrolar do campeonato, vamos aquilatar melhor até onde podemos ir.
O que posso garantir é que temos o plantel que queríamos, uma confiança ilimitada no mesmo, e isso é meio caminho andado para o sucesso.
E pessoalmente, que objectivos a nível de futsal?
Nesta altura os meus objectivos pessoais passam por continuar a aprender quer no plano teórico, técnico e, muito importante penso eu, no plano inter-pessoal no relacionamento com os atletas, visto que sempre me relacionei com eles no mesmo patamar dentro do clube e agora fazendo parte do corpo técnico tenho que estar confortável no papel de quem escolhe um jogador para jogar.
Tendo sido guarda-redes sei bem o que custa não jogar e, por isso mesmo, tenho que ir aprendendo a saber manter os níveis motivacionais de cada guarda-redes elevados, porque só assim o clube está salvaguardado.
Por fim, e como é lógico, gostaria de ter a oportunidade de trabalhar ao mais alto nível da modalidade, ou seja, na 1ª Divisão, visto que por lá passei muitos anos como jogador e gostaria de repetir a experiência agora como treinador.
Vamos lá ver, pode ser que esteja a um ano de distância, era bom sinal (para bom entendedor , meia palavra basta)!!!