O entrevistado da semana é um dos mais alegres do balneário axadrezado, mas também senhor do seu nariz, quando as coisas não acontecem como gosta! Para os menos conhecedores, devemos dizer que nos referimos ao massagista do Boavista.

Vamos conhecer este homem mais em pormenor.


Boavistafutsal- Quem é Carlos Alberto?
C.A - Sou massagista porque gosto de desporto e por este motivo, ando nestas lides há mais de trinta anos. Já prestei serviços em vários clubes, como por exemplo, Foz, Vilanovense, Porto e Salgueiros (por muitos anos).

Boavistafutsal – Há quanto tempo está no Boavista?
– Mais ou menos há seis anos.

Boavistafutsal – Por norma, o posto do massagista, costuma ser um lugar de confidências algumas críticas entre atletas. No Boavista, isso também é uma realidade?

Sou o único que ouve, o bem e o mal, mas eles sabem que tudo fica entre nós, pois em caso contrário perdia a confiança que têm em mim.

Boavistafutsal – E criticam muito?
– Como em qualquer clube, existem criticas construtivas e outras destrutivas! Mas qualquer delas, ficam entre nós! O único atleta que tem direito a falar – em tom crítico - com os directores, é o capitão. O massagista não analisa nada!

Boavistafutsal – Vamos à realidade do Boavista. Como se desenvolve o teu trabalho?
– O meu trabalho não é um trabalho de habilidoso! Quando sei. Sei! E resolvo sozinho, em caso contrário, vou ao posto médico do clube. Quando me sinto ultrapassado levo o atleta lesionado ao posto médico, onde somos atendidos e o doutor analisa o assunto.
Mediante o que o médico disser, trago uma declaração assinada por ele – que entrego ao treinador, para que não restem dúvidas das indicações, tempo de paragem e métodos a seguir.

Boavistafutsal – Quando um atleta se lesiona, quem avalia o tempo de paragem?
- Se a lesão for de analisar no momento, sou eu que decido. Em caso contrário, peço ao médico, sempre na presença do atleta, as indicações a seguir.

Boavistafutsal – Todos sabemos da ânsia que todos os treinadores têm de ter os seus atletas ao seu dispor, sente alguma pressão para “entregar” o jogador ao treinador?
– Claro que sinto! Não só eu, mas todos os massagistas se sentem “pressionados” pois os treinadores querem ter o plantel completo ao seu dispor. Mas temos que ser moderados, pois primeiro que o jogador está o homem!
Muitas vezes, questiono o seguinte. Se um jogador for expulso e a federação o castigar com dois ou três jogos, o treinador não o pode utilizar e alguém vai pressionar a federação?

Boavistafutsal – Esta época, a equipa não teve muitas lesões. Alguns jogadores fazem média de mais de trinta minutos por jogo. Como explica este facto?
– Na minha opinião pessoal, os jogadores estavam muito bem preparados do inicio da época. Neste momento, sente-se um certo desgaste em alguns elementos, porque não era hábito uma tamanha utilização por jogo. Há alguns jogadores que têm pequenas lesões, mas com voluntariedade, com algum sofrimento e muito querer, vão continuando a jogar. Muitos insistem que não aceitam meter baixa, pois a equipa precisa de todos. O exemplo de todos é o Lipa, que ainda não parou.

Boavistafutsal – Como classifica a actual época desportiva, da equipa?
– Acho que não merecíamos o lugar que ocupamos! Com todos os problemas - que são do conhecimento público - que passamos, acho que esta classificação só é possível no Boavista, noutro qualquer clube, com as mesmas condições, desceriam. Eu massagista do clube, presumo que todos, treinadores, jogadores e dirigentes foram enormes!
Deveríamos estar no Play-off e não nesta prova em que nos encontramos, só quem não gosta do Boavista, pode dizer o contrário. Nenhum clube tem um grupo tão forte e unido como o Boavista tem, disso ninguém tem dúvidas.

Boavistafutsal – Qual a maior alegria que viveu no Boavista?
– Foi a conquista da super taça e os sextos lugares que conquistamos no campeonato.
Boavistafutsal

Boavistafutsal - E a maior decepção?
- Este ano! Por razões obvias que todos conhecem! E como já referi, estar a participar numa prova à qual não pertencemos.

Boavistafutsal – O Alex é o jogador que mais trabalho te dá em campo! ???
- A culpa é minha. Sou muito amigo dele e quando o vejo no chão não me controlo e vou em seu socorro! (risos…) Mas ele tem tido uma época de muito sofrimento!

Boavistafutsal – Qual a razão que encontra, para depois de uma época tão difícil, renovar com o clube. Amizade ou acredita no projecto?
- Continuo, porque olhando para as pessoas que conheço há muitos anos e em quem confio e continuo a confiar. Ainda acredito no projecto que nos apresentaram e sinto a obrigação de continuar a trabalhar para ajudar a que esse projecto se transforme numa realidade. Sinto que neste clube se respeita e cada vez mais, a máxima que Treinador, treina! Jogador, joga! Director, dirige e assim (como diz o povo) com macaco em seu galho, o clube pode evoluir. Uma palavra de apreço, a todos os homens da secção – todos os escalões – do futsal do Boavista, pois não há igual em dedicação e amor ao clube.

Boavistafutsal – Por último, quer enviar alguma mensagem aos nossos leitores?
- Desejo que a próxima época seja melhor que as últimas – embora estas não tenham sido más – mas como sou ambicioso, gostava que o clube fosse ajudado, para poder cumprir as obrigações que tem para connosco.
Já demonstramos que mesmo nestas condições – a perder dinheiro, pois os treinos impõem sempre custos pessoais – nos entregamos totalmente a defender o emblema do Boavista, gostava por isso, que a Direcção apoiasse mais o futsal do Boavista. Este é o meu desejo e de todos, pois já o temos provado em todo o país.
Tenho confiança no futsal do Boavista!

Nota: É este o homem que à quase meia dúzia de anos, não falta a um treino do Boavista, este é o exemplo do querer do futsal axadrezado…

Sempre atento!

Os jogos para o Ministro "começam" hora e meia antes do seu inicio.

A um jogo decisivo sempre se seguiu um jogo fundamental ao qual se seguia novo jogo decisivo! Este foi o discurso de Alberto Melo e a sina do Boavista durante a presente época, mensagem interiorizada pelo jovem plantel, assumindo que no desporto - não existem jogos de vida ou morte, mas apenas jogos de vida – enfrentou todos os jogos como sendo o seu destino num campeonato ingrato e injusto, numa época difícil, como todos fossem de vida, até à chegada ao porto de abrigo, quem há muito merecia e hoje finalmente conquistou!

Foi uma equipa tranquila, senhora de si própria e do seu valor, que apareceu perante o aflito Braga – que jogava o seu futuro na primeira divisão neste encontro - impondo o seu jogo e esperando que os bracarenses mostrassem aquilo a que vinham…

Depois de uma entrada intensa da equipa da casa – esperada e estudada pelo Boavista – os axadrezados equilibraram a partida e impuseram o seu jogo ofensivo, fazendo com o futsal se estendesse por todo o campo. Numa dessa jogada, João Teixeira foi carregado na área, quando após rotação se preparava para rematar. Penalty indiscutível e que Rogério transformou no primeiro golo.

Mas, no minuto seguinte o Boavista atingia a quinta falta e o Braga metia em jogo Capeta, um brasileiro muito individualista mas igualmente um malabarista e brinca na areia, na clara intenção de cavar uma falta. O inicio da sua actuação mexeu com o jogo, pois duas aberturas mortíferas, só não deram golo, pelas intervenções de Alex, mas o seu individualismo teria duas faces no encontro. Primeiro obteria o golo do empate numa rotação frontal á baliza de Alex e depois entusiasmado tentou um drible a dois adversários e escorregou (não na areia, onde julgou estar, mas na madeira onde realmente estava) permitindo um contra ataque que João mesmo perseguido levou a bola de área a área e não perdoou.

O resultado ao intervalo premiava a equipa mais realista e que melhor se adaptou ou jogo.
O segundo tempo foi diferente, pois os bracarenses jogando sempre com o coração e pouco com a cabeça, facilitaram a vida a um grupo jovem – mas que já sabe muito – que aproveitou e em contra ataque semeou o pânico no pavilhão de Tadim. Semeou o pânico e aproveitou! Nós foram duas/três defesas de Pli e o resultado teria atingido outros números.

Ramada, numa jogada fantástica acabou por fazer subir o marcador e a partir daí era só gerir o resultado por parte das cores da pantera. Como (de novo) se esperava e estava igualmente estudado, o Braga passou a jogar de cinco para quatro, mas com os devidos ajustamentos, os axadrezados encaixaram o sistema e numa jogada em tudo igual ao último golo com o Modicus, Lipa marcava o “seu”golo e recebia como “prémio” um cartão amarelo, por em cima da linha de golo ter tentado ganhar alguns segundos.
O segundo golo do Braga aconteceu a escassos dez segundos do final e nem aqueceu nem arrefeceu…

No final alegria do Boavista que conseguia os seus objectivos – ainda (pelo menos a esta hora) não matematicamente, mas só um cataclismo o poderá evitar – enquanto o Braga chorava a descida à segunda divisão.

A equipa de arbitragem esteve bem, apenas não concordamos com o cartão a Lipa, pois a mesma situação teve dois julgamentos distintos em semanas seguidas. Mas não foi isso que manchou o seu trabalho num jogo rija, mas correctamente disputado.